Prólogo:
– SETH! – disse ele pela décima vez
seguida, segurando-me os ombros, proibindo uma aproximação. – Pare OK? Sei o
que eu fiz! Leah nunca... – ele enfatizou o nunca –... Sofrerá tanto quanto eu!
Capítulo I - "De como eram
nossos invernos"
Era incrível como a vida era mais
fácil quando mamãe e Leah não estavam em casa, quando era apenas eu e Harry;
ele não ligava para minhas atitudes, e nem me perguntava o tempo todo sobre
meus namoricos, que na verdade eu nem tinha. Mamãe implicava com meus passos
tortos, com chinelos virados e com roupas amassadas, berrava da cozinha para eu
tirar o lixo, enquanto Leah apenas observava tudo da sala, com Sam. Tudo o que
eles fizeram foi ficar de beijinhos pelos cômodos e eu precisava fazer todo
serviço. Mas era bom que Leah mantivesse a concentração em Sam, sair com ele
significava uma tarde inteira com comida no armário e uma TV só para eu jogar
vídeo-game. Isso me custava alguns minutos remoendo meu ciúmes exageradamente
excessivo em cima de Leah, mas acho que ela merecia algum mérito, alguma
consideração, entretanto eu estava habituado a tê-la ao meu lado para qualquer
coisa. Pelo menos ela estava feliz, como eu nunca a vira antes. Eles não
notavam minha presença e mesmo quando eu entrava na sala e Sam não parava de
cochichar coisas melodramáticas aos ouvidos de Leah, preferia quando eles
jantavam fora. E quando a janta era aqui eu ficava constantemente irritado,
Leah sempre colocava a culpa da louça suja na pia em mim. Enfim sempre Sam
entrevia, convidando-a para ir para casa com ele, e a louça acabava sendo
esquecida, e geralmente à porta Sam me lembrava:
- Garoto, sua vez de lavar a louça – E logo depois ele batia a porta com força. Como se isso me impedisse de contar para Sue o que acontecera. Ele não era sempre tão irritante, nem ele nem Leah, me levavam junto quando saiam em grupo, eu ficava quieto a maior parte do tempo. Ficava chateado com Leah com freqüência, ela não me defendia. Mas havia sempre um lado bom. Peter. Melhor amigo de Sam e confidente leal de minha irmã. Ele achava nojento ficar escutando as besteiras amorosas dos dois e se entregava ao vídeo-game junto a mim. Geralmente eu ganhava, entretanto eu não era tão bobo para não perceber que ele me deixava ganhar.
- Garoto, sua vez de lavar a louça – E logo depois ele batia a porta com força. Como se isso me impedisse de contar para Sue o que acontecera. Ele não era sempre tão irritante, nem ele nem Leah, me levavam junto quando saiam em grupo, eu ficava quieto a maior parte do tempo. Ficava chateado com Leah com freqüência, ela não me defendia. Mas havia sempre um lado bom. Peter. Melhor amigo de Sam e confidente leal de minha irmã. Ele achava nojento ficar escutando as besteiras amorosas dos dois e se entregava ao vídeo-game junto a mim. Geralmente eu ganhava, entretanto eu não era tão bobo para não perceber que ele me deixava ganhar.
Meus dias em La Push pareciam passar
devagar, quando se morava em uma reserva indígena as opções de diversão não
eram muitas. Mas meu pai se encarregava de tudo, ele me levava junto à casa de
Billy e eu poderia ver Jake. Era legal estar na casa dos Black, sentia como se
fosse minha segunda casa, depois da de Sam, é claro. A parte boa é que algumas
noites Sue fazia o melhor jantar do mundo. Lembro-me até do cheiro. E as
famílias de La Push
se reuniam para algo simples, mas era sempre divertido. E a chuva nunca
cessava, era difícil sair de casa, e geralmente o frio era cortante. Mas
algumas vezes por ano nevava, perto do natal. Meu pai me ajudava a fazer um
forte de neve, que logo derretia com o calor de meus braços apoiados nela. Era
eu, ele e Peter contra Leah, Sam e Sue. Quando eu era atingido ele e Peter me
carregavam nas costas como se eu estivesse ferido. Lembro-me das gargalhadas de
Leah e de mamãe. Hoje foi um dia assim, nevado e gelado. O dia estava cinza e
eu mal conseguia me mexer de frio. Queria brincar lá fora, mas mamãe me proibiu
de sair, eu pegaria um resfriado. Leah estava lá fora com Sam e Peter, e eu
deitado sem poder falar nada.
- Ora Sue, deixe o menino sair – Meu pai me defendeu, escutei a voz autoritária de Harry. Fiz questão de sair de baixo das cobertas e correr, com os pés descalços para abraçá-lo, era como se eu sentisse falta dele assim que ele saia para ir trabalhar.
- Papai! – gritei correndo até deslizar no tapete após a escada. Então Sue me interrompeu:
- Ora Sue, deixe o menino sair – Meu pai me defendeu, escutei a voz autoritária de Harry. Fiz questão de sair de baixo das cobertas e correr, com os pés descalços para abraçá-lo, era como se eu sentisse falta dele assim que ele saia para ir trabalhar.
- Papai! – gritei correndo até deslizar no tapete após a escada. Então Sue me interrompeu:
- Ele pegou um resfriado, Harry.
Deixe-o como está. Seth! Vá vestir um sapato!
- Mas, mas mãe... - Gaguejei, tentando me defender.
- Mas, mas mãe... - Gaguejei, tentando me defender.
- A-go-ra Seth Clearwater!
- Não seja tão dura com o menino, ele precisa aprender, se quiser ficar descalço não terá como ir lá fora por mais tempo – Ele me agarrou por de baixo dos braços e disse que eu estava pesado, enquanto olhava o que tinha para o jantar.
- Não seja tão dura com o menino, ele precisa aprender, se quiser ficar descalço não terá como ir lá fora por mais tempo – Ele me agarrou por de baixo dos braços e disse que eu estava pesado, enquanto olhava o que tinha para o jantar.
– Bife com batatas, o cheiro está
bom Sue – E deixou-me ao chão. Corri para buscar uma pantufa, a primeira que
minha vista identificou, era de Leah. Voltei com pressa e sentei ao colo de
Harry, era confortável. Ele estava assistindo as noticias, e logo mudou o canal
para ver o jogo. Eu me encolhi entre os braços dele, tentando aconchegar-me.
- Seth, você está grande demais,
sente aqui. - E afofou o sofá, no lugar ao lado do dele. Recusei e fui ver o
que mamãe estava fazendo e se precisava de ajuda. Ela lavou as mãos, e
secou-as, depois colocou os pratos na mesa. Passou por mim e me deu um beijo no
topo da cabeça. Segui mamãe até a sala, ela se sentou ao lado de Harry e o beijou.
Não queria ficar olhando aquele momento tão... particular. Pulei ao colo dela,
empolgado, sabia que ela não recusaria minha presença. Ficamos quietos e eu
pude admirar as feições de meus pais, eles eram tão bonitos juntos. Meu pai com
aquela preocupação que deixavam as rugas de expressões entre suas sobrancelhas,
permanentes. E mamãe, com seu jeito maternal e seu cabelo cheiroso, me lembrava
o tempo em que eu era o mimado da casa. De repente Leah e Peter entraram
correndo. E ouviu-se Sam atirando uma bola grande de neve que atingiu a porta.
Finalmente ele entrou e Sue chamou-nos para o jantar. Para não perder o costume
Peter e Sam armaram uma pequena discussão, para ver quem ocupava a cadeira ao
lado de Leah. Bem, na verdade eu deveria ocupá-la. Pareciam duas crianças
brigando pelo último biscoito de chocolate. Enfim papai cedeu seu lugar, por
pura educação e respeito a Sam. A fome fazia meu estômago revirar. Comi até
sentir dor ao mastigar e me retirei da mesa. Mamãe não deu a mínima, estava
muito ocupada rindo das piadas bobas de Sam. Subi as escadas rapidamente,
queria me alojar ao fundo das cobertas apenas de roupa de baixo e zerar – pela
oitava vez seguida – meu jogo preferido. Tirei a calça e arremessei-a para o
outro lado do quarto. Ouvi o som de alguém subindo as escadas. Ah, deveria ser
mamãe, ela adorava intervalos nas conversas para ajeitar o cabelo. Leah abriu a
porta e eu tentei me cobrir, mas ela já abrira um sorriso sarcástico. Não dava
para bater na porta? Mas me animei, ela disse que Billy estava aqui,
significava que Jake estaria também. Vesti as calças, desci correndo e
escorreguei até o último degrau. Lá fora os garotos se olhavam, Leah deve ter
contado a eles sobre o ocorrido no quarto.
O frio nem importava tanto e mamãe
nem havia reparado que eu estava fora de casa. Arregacei as mangas da camisa
enquanto jogava, era fácil vencer Sam. Leah marcara um ponto atrás do outro
para meu time. É claro, ganhamos, havia duas coisas que eu prezava: basquete e
vídeo-game, duas coisas que eu sempre gostei, e duas coisas que papai me
apresentou antes mesmo de eu começar a andar. Sorri para mim mesmo. Billy
chamou os garotos para ir embora, eu odiava despedida, mesmo que fosse
revê-los, era deprimente. Tomei um banho rápido e gelado, enquanto a água
tocava meu corpo podia sentir marteladas em minha cabeça. Não queria contar a
Sue, ela iria me fazer deitar e tomar aqueles chás com gosto horrível. Peter me
esperava em meu quarto. Iríamos assistir a um filme. Sentei ao lado de Leah,
tentei disfarçar meu resfriado e minhas dores. Ela pareceu não notar, e é
claro... Com Sam aqui Leah não via nada. Dormi ao meio do filme, eu e Peter, na
verdade. Abri os olhos e vi meu quarto, não sabia como havia chegado lá, mas
foi um alivio não estar mais ao lado do casal meloso, parar de ouvir estalos de
beijo foi realmente agradável.